DOEAM 04/08/2021 - Diário Oficial do Estado do Amazonas - Tipo 1

                            DIÁRIO OFICIAL DO ESTADO DO AMAZONAS | PODER EXECUTIVO - SEÇÃO I
Manaus, quarta-feira, 04 de agosto de 2021 21
 
 
 
 
RISCOS MACROECONÔMICOS 
Mudanças no comportamento das principais variáveis 
da 
economia 
podem 
gerar 
fatores 
de 
riscos 
macroeconômicos. Sobretudo, variáveis exógenas como: 
inflação, taxa de juros, taxa de câmbio, nível de emprego e 
renda, às quais o Estado do Amazonas não  possui controle e 
influenciam diretamente a economia. Desempenhos adversos 
dessas variáveis podem acarretar efeitos negativos na 
arrecadação tributária, uma vez que os principais tributos 
dependem da atividade econômica.  
 Os efeitos da Pandemia do novo coronavírus sobre a 
economia brasileira contribuíram para uma queda significativa 
do PIB brasileiro em 2020 da ordem 4,1%. Os impactos da 
pandemia sobre a economia brasileira tiveram início já no 
segundo trimestre de 2020 e se propagaram sobre todos  os 
setores da economia  brasileira, sobretudo  o setor  de 
serviços  que  é  o  mais sensível e possui recuperação mais 
lenta. A indústria também apresentou resultado negativo em 
2020. O único setor que teve alta foi o setor agropecuário, 
com incremento de 2%.  
 Em relação aos efeitos da crise sanitária sobre as 
finanças dos Estados e do Distrito Federal, vale citar o 
importante papel que a Lei Complementar n. 173/2020 e a Lei 
14.041/2020, ambas do Governo Central, tiveram para 
atenuar o aprofundamento da crise fiscal dos entes 
subnacionais. Estas medidas, entre outras, previam repasses 
aos Estados, suspensão de pagamento de serviço da divida e 
vedação de aumento de despesas de pessoal.  A crise 
sanitária também teve forte efeito sobre o mercado de 
trabalho. A taxa de desemprego no Brasil fechou o exercício 
de 2020 em 13,9%, o que significou 13,9 milhões de 
desempregados, conforme relatório do IBGE.   
O 
Estado 
do 
Amazonas, 
por 
outro 
lado, 
apresentou crescimento nominal do PIB em 2020 de 0,55%, 
conforme relatório da SEDECTI. Este crescimento – apesar 
dos fortes efeitos da pandemia do novo coronavírus sobre a 
população e atividade econômica amazonense -, sobretudo 
após meses de março e abril de 2020, pode ser atribuído à 
rápida recuperação da atividade econômica no Estado 
observado no segundo semestre de 2020, sobretudo as 
atividades do Pólo Industrial de Manaus. O desempenho 
positivo foi observado no setor industrial (0,11%), destaque 
para a Indústria de transformação (6,27%) e a Indústria 
Extrativa (10,99%). Os demais resultados também foram 
dignos de nota: serviços (4,16%) e agropecuário (1,15%).   
Além disso, algumas medidas de cunho fiscal e 
econômicas adotadas desde o inicio da Pandemia pelo 
Governo do Estado do Amazonas foram decisivas para o 
resultado do PIB amazonense em 2020, destacando-se:  
(i) Postergação do pagamento do ICMS e/ou fundos e 
contribuições FMPES, FTI, Fundo de Promoção Social (FPS) 
e UEA; 
(ii) Disponibilização de crédito por parte da Agência de 
Fomento do Estado do Amazonas (AFEAM); 
 
 
 
(iii) 
 Maior agilidade na emissão de Laudos 
Técnicos de Inspeção (LTI) por parte da SEDECTI para a 
concessão de incentivos fiscais às indústrias; e 
(iv) 
 melhoria do ambiente tributário sem aumento 
de carga tributária.  
 As projeções de crescimento do PIB brasileiro para o 
ano de 2021 ainda carregam elevado grau de incertezas, 
sobretudo em função dos efeitos adversos que a segunda 
onda da pandemia de Covid-19 vem provocando na 
economia 
brasileira.  As 
projeções 
indicam 
PIB 
com 
crescimento de 3,52% em maio de 2021.   
 Para os exercícios de 2022, 2023 e 2024, a 
expectativa de crescimento da economia brasileira, segundo 
relatório Focus do Banco Central é de 2,3% para o ano de 
2022 , e de 2,5% para os exercícios e 2023 e 2024.   
Cabe esclarecer que o Estado do Amazonas é mais 
sensível às mudanças econômicas. Nos períodos de crise no 
País, o Estado é fortemente impactado, e por outro lado, nos 
momentos de crescimento o Estado é um dos que mais colhe 
os efeitos positivos. Em função das características da 
economia amazonense, ancorada na produção industrial do 
seu Pólo Industrial de Manaus e, considerando-se também as 
projeções de crescimento para a economia brasileira para o 
mesmo período, projeta-se crescimento do PIB amazonense 
em 3% para os exercícios de 2022 a 2024.  
As projeções  realizadas pelo mercado, tanto para 
economia nacional quanto para o Estado do Amazonas, 
dependerão,  principalmente, do fim da crise sanitária, do 
aumento do número de vacinados e da reabertura das 
atividades  econômicas  em   sua plenitude. Tudo  leva a crer 
que grande fração da população  brasileira acima de 18  anos 
já esteja  vacinada até o fim  do exercício  de  2021.  Caso  
tenhamos esta  confirmação,  possivelmente as projeções 
macroeconômicas para os exercícios vindouros (2022 a 
2024) terão maior plausibilidade de serem confirmadas. 
 
EQUALIZAÇÃO DA CARGA TRIBUTÁRIA 
Primeiramente, cabe ressaltar que o maior impacto 
na arrecadação do Estado em 2021 continuarão sendo as 
repercussões nas finanças públicas da pandemia do novo 
coronavírus, que levou o Amazonas a declarar novamente 
Estado de Calamidade Pública, por meio do Decreto n. 
43.272, de 6 de janeiro de 2021, para fins do artigo 65 da Lei 
Complementar Federal n. 101/2002 (Lei de Responsabilidade 
Fiscal), 
que 
estabelece 
diretrizes 
para 
situações 
excepcionais, e a suspender os prazos administrativos no 
âmbito da Secretaria de Estado da Fazenda e da 
Procuradoria Geral do Estado, por meio do Decreto n. 43.273, 
de 7 de janeiro de 2021. 
Quanto às alterações na legislação tributária que 
impactaram a arrecadação, podemos citar, do segundo 
semestre de 2020, a Lei n. 5.320, de 23 de novembro de 2020, 
que autorizou a conceder remissão e anistia de multas e juros 
do ICMS, IPVA e ITCMD; e deste primeiro trimestre de 2021, o 
art. 5º do Decreto n. 43.273, de 7 de janeiro de 2021, que 
isentou do ICMS as saídas de mercadorias destinadas a 
VÁLIDO SOMENTE COM AUTENTICAÇÃO

                            

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